quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

ARBORIZAÇÃO URBANA EM FARTURA

As árvores têm um importante papel no ambiente urbano
Foto: Mauricio Teixeira

São indiscutíveis os benefícios que as árvores proporcionam para a qualidade de vida na cidade. Além de embelezar o ambiente elas tem papel fundamental reduzindo diversos tipos de poluição, tais como poluição do ar, da água, do solo, visual e sonora. Elas absorvem o gás carbônico gerado por pessoas, fábricas, lixo, automóveis, etc... e nos devolvem o oxigênio, tão essencial à vida.Suas copas densas funcionam como barreiras contra ruídos, ventos, água e luz, e servem de refúgio em dias de sol escaldante ou chuvosos.
Elas ainda oferecem abrigo e alimento às aves, que são importantes aliadas no controle de insetos vetores de doenças nas cidades. Uma cidade bem arborizada tem um clima melhor de se viver, é mais agradável, aprazível e saudável de várias formas.

Raízes agressivas é um problema em calçadas, mas em parques, são decorativas e muito bem vindas
Foto Mauricio Teixeira
No entanto, apesar de todas estas qualidades, as árvores são deixadas em segundo plano, com a desculpa de que irão destruir calçadas, calhas, muros, encanamentos, fiações elétricas ou então provocarão sujeira nas ruas e até mesmo acidentes com a queda dos frutos e galhos. Em geral os problemas relacionados com árvores e seus “pontos negativos” estão intimamente ligados ao mau manejo, escolha de espécies inadequadas e plantio em locais impróprios. Todas estas dificuldades podem ser facilmente evitadas com um bom planejamento urbano. 
Todas as cidades devem ter um plano de arborização, para ser utilizado pelos funcionários e empresas terceirizadas envolvidos diretamente no plantio e manejo de árvores e uma cartilha de ampla distribuição, para que os moradores saibam quais as diretrizes do plano e respeitem as leis ambientais envolvidas.
As questões envolvidas no planejamento encluem: O QUE PLANTAR? (qual espécie, variedade, porte), COMO PLANTAR? (quais os procedimentos adequados), QUAL O MANEJO ENVOLVIDO? (qual a manutenção que a espécie vai gerar como: podas, adubações, desinfecções), ONDE? (calçadas, parqus, praças, residências, escolas, etc) e QUANDO? (em que fase da urbanização, em que idade da muda).
Um estudo detalhado deve ser realizado, e cada cidade é um caso diferente, existem diferentes normas de urbanização e paisagismo que norteiam a elaboração do plano de arborização, mas cada uma deve ter uma interpretação de acordo com as necessidades de cada município.
Uma destas normas, diz respeito à escolha das árvores e não há uma lista pronta que possa ser usufruída por todos. Mas alguns pontos devem ser levados em consideração, tais como:

As árvores mal escolhidas e manejadas podem causar grandes problemas em calçamentos.
Foto: Mauricio Teixeira

- Dar preferência às árvores nativas: são elas que oferecem melhor equilíbrio ecológico e abrigo à fauna. Em geral, são muito bem adaptadas ao clima e às condições da região e terão crescimento vigoroso.
- Resistência às doenças, pragas e poluição: É oneroso e inadequado o plantio de ásvores que necessitam de pulverizações periódicas com defensivos. Da mesma forma, plantas que abrigam doenças e pragas se tornarão foco para plantações comerciais de importância econômica localizadas próximo às cidades.
- Comportamento de raízes e porte. embora estejam relacionados, nem sempre árvores de pequeno porte têm raízes adequadas. Raízes agressivas que levantam o pavimento depois de um tempo e árvores de grande porte devem ser evitadas em calçadas, sob fiações e próximo às construções, mas, vão muito bem a espaços públicos amplos como parques.
- Dar preferência às árvores rústicas, de rápido crescimento ou mudas já bem desenvolvidas, pois, nas ruas elas estão sujeitas a vandalismos e predações.
- Evitas árvores frutíferas, principalmente as exóticas e as de frutos grandes, que podem provocar acidentes na queda e sujar as vis urbanas.
- Evitas árvores exóticas de potencial invasivo, com facilidade de propagação por sementes.
- Dar preferência às árvores de madeira resistente, evitando assim queda de galhos e troncos durante temporais ou em decorrência de cupins e apodrecimentos.
- Árvores perenes são preferíveis em cidades de clima quente, já árvores caducas no inverno são interessantes em cidades de clima frio, pois, permitem a passagem da luz solar.
- A copa das árvores escolhidas, deve ser adequada ao local de plantio, em formato e tamanho, evitando-se assim que esconda a sinalização, danifique automóveis, edifícios e pessoas, interfira na fiação elétrica e de telefone.
- Evitar árvores de folhas e frutos tóxicos, principalemente em pracinhas, playgrounds ou passeios onde circulem crianças.

As árvores nativas são um bom exemplo.
Foto: Maurício Teixeira



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